Fiquei pálido. Algo terrível de fato aconteceu.

“E-Ele não… tem… nenhum dinheiro? E ele foi… até a cidade… procurando comida?”

“Isso é péssimo, Mestre Deuce,” berrou o Skull, agarrando minha camisa. “Vamos ficar aqui três dias inteiros!”

“V-você disse que ficaria de olho nele!”

“Eu não achei que ele desaparecia rápido assim!”

“O-O que faremos agora?! Nesse ritmo ele vai fritar um nobre mundial!”

“Ele vai?! Ele realmente faria algo assim?!”

Skull e eu trememos de medo imaginando o pior dos cenários. Seriam três dias para revestir o navio. Não podemos deixar esse lugar até lá—estávamos presos. Então ele tinha que evitar entrar em qualquer encrenca durante esse período. Já era problema o suficiente a Isuka ter nos visto no momento exato em que jogamos a âncora aqui…

“Maldição, tenho que correr atrás dele! Você cuida do navio!”

Eu tomei a carteira das mãos do Mihal e pulei pra fora do navio, na corrida atrás do Ace.

Isuka ainda ficou na frente do navio, com os pés plantados firmemente no chão e gritando a plenos pulmões. Mas, como suspeitei, ela mal estava prestando atenção. Tudo que precisava fazer era passar pelo canto de sua visão e então estaria livre. Deve ter sido assim que o Ace escapou também.

Primeiro fui em direção à multidão em busca do Ace. Grandes bolhas subiam do chão ao meu redor. Segui rápido em frente, desviando de pessoas e bolhas. Parecia bem estranho para mim estar correndo sobre raízes em vez de um solo comum.

Não pude deixar de notar que veículos e prédios faziam uso das duráveis bolhas. As raízes que soltavam resina não eram apenas o sólido chão dessas ilhas, eram também o motor econômico que provia para as pessoas que viviam aqui. Eu passei pelas indústrias da ilha e segui em direção à área comercial.

Lá, achei o Ace logo de cara. Ou, melhor dizendo, eu encontrei um rastro de cozinheiros e gerentes de bancas que estavam atrás dele.

“Comeu e fugiu!”

“Ele foi por ali!”

Gritos furiosos enchiam o mercado. Os corredores estavam lotados de trabalhadores raivosos de todos os tipos de bancas de comida. Claramente, essa situação era o resultado do Ace passeando por aí sem dinheiro.