O Texugo, lá no chatão da OPEX, postou esta imagem abaixo, em um eventual combate entre Luffy e Kizaru. De forma esperta, malandra, o Luffy usa um espelho para refletir a luz, ou seja, o Kizaru, para dentro da água do mar, algo que faz muito sentido dentro de um mundo cartunesco que pessoas não podem nadar por terem comido uma fruta. Ideia genial!

Mas como um espelho pode ser uma arma tão formidável contra um inimigo que é simplesmente luz? Vamos abordar alguns conceitos sobre reflexão de luz e sobre como os materiais que compõe um espelho interagem com algo que é intangível e extremamente veloz.

A luz se propaga em um meio na forma de ondas eletromagnéticas. Ao se deparar com superfícies, ou seja, com materiais com índices de refração diferentes ao meio que está, essa luz pode sofrer diversos efeitos; um deles é a reflexão. Assim, quando o Kizaru se propaga no ar para atingir o Luffy e é pego no contrapé por um espelho, ele interage com uma superfície e tem o seu percurso “desviado”.

Esse desvio, ou seja, reflexão obedece a duas leis:

• a direção normal e os raios de luz incidente e refletido estão contidos no mesmo plano;
• o ângulo de incidência dos raios de luz, em relação à reta normal, é igual ao ângulo de reflexão.

Para ficar melhor ilustrado, observe a imagem abaixo. Podemos perceber que a direção para a qual a luz será refletida depende do ângulo de incidência e, consequentemente, do ângulo de reflexão.

Assim, para o Luffy conseguir refletir o Kizaru para dentro do mar num combate de acordo com a imagem inicial desse post, a inclinação do espelho, ou seja, a posição perpendicular ao plano normal da superfície refletora, deve estar em uma angulação entre o mar e a posição inicial do Kizaru. Na figura abaixo, está indicado onde o plano normal deveria estar apontado para o Kizaru ser refletido ao mar. Se repararmos bem, notamos que no desenho, o espelho está inclinado meio que para cima, o que faria com que o almirante fosse, na verdade, refletido para o céu. Mas a gente sabe que é tudo questão de perspectiva, algo muito costumeiro dentro do contexto One Piece.

O poder do espelho certamente está muito relacionado aos materiais que o constituem. Um espelho é, geralmente, construído com o uso de três componentes: placa de vidro, metal refletor e base. Cada um deles tem um desempenho fundamental para que a luz seja refletida.

A primeira delas é o vidro. Esse material, proveniente do aquecimento e esfriamento controlado da areia, é responsável para conferir a forma do espelho. Quando nos olhamos em um espelho e vemos a nossa imagem sem nenhuma distorção, é sinal que temos acesso a um espelho sem nenhum defeito estrutural, limpo de impurezas e com faces paralelas. Isso tudo permite que a luz seja transmitida por esse material sem nenhuma interferência nessa superfície.

Nota-se que não foi citado que o vidro reflete a luz. E não é a toa. A reflexão da luz ocorre devido ao metal. As onda eletromagnéticas não interagem com os átomos que consistuem o vidro. Devido a esse comportamento, a luz é transmitida (ou sejaa, atravessa) pelo material sem sofrer nenhum efeito. No entanto, com os âtomos do material metálico isso ocorre de forma diferente.

No caso de espelhos, é muito comum se depositar uma camada fina de prata na face posterior do vidro. Prata, um material metálico, é consituido por átomos que possuem a capacidade de interagir com as ondas eletromagnéticase, assim, favorece que o fenômeno de reflexão de luz ocorra. Assim, o Kizaru, digo, a luz é refletida de acordo com as lei já descritas. Outra interação que ocorre é a absorção das ondas eletromagnéticas, o que faz com que aumente a vibração atômica e o material, consequentemente, aumente.

Por fim temos uma base escura finalizando a estrutura do espelho. Ela pode ser feita de vários materiais desde que sejam escuros o suficiente. Geralmente, se consegue essa característica com tinta ou pigmentos que são depositados ou posicionados diretamente atrás a fina camada do metal.

A necessidade de ser escura se dá pela alta capacidade de evitar a transmissão de luz para além da camada fina do metal. Embora o material metálico seja capaz de refletir bem a luz, parte dela atravessa o material. Dessa forma, materiais escuros evitam que isso ocorra e garantem a boa reflexão de luz e formação de imagens fieis as reais.

Todos nós sabemos que se o Luffy dá conta de acabar com um oponente, há chances muito altas do Zoro também conseguir, afinal estamos falando do rei dos três reino. Mas quero dizer algo aqui que pode ser polêmico: é mais fácil para o Zoro finalizar o Kizaru do que o Luffy.

E, obviamente, não falo isso porque o Zoro seria capaz de cortar a luz ao meio com suas espadas, mas sim porque ele poderia usá-las da mesma forma do que o Luffy usaria um espelho. Como discutimos até aqui, o que reflete a luz nesse objeto é sua parte composta de metal, mesmo tipo de material que compõe as espadas do Zoro.

Nota-se que, então, se ao menos uma das três espadas do Zoro for muito bem polida, é possível que ele desvie a direção da propogação do Kizaru para dentro do mar. Dessa forma, sem precisar utilizar de recursos extras aos comumente usados em batalhas, o Zoro acabaria com o almirante.

No entanto, trago outra polêmica: o Sanji poderia acabar com o Kizaru enquanto faz uma salada. Se o ser luminoso se propagasse em direção ao cozinheiro, Sanji poderia refleti-lo com uma faquinha de cortar tomate para dentro de um copo de água e acabar com uma das maiores forças da marinha.

Acho que vou acabar por aqui.