Formação dos Piratas Spade

Capítulo 1 - Página 10

No raso verde esmeralda, eu podia ver um tipo único de corrente marítima. Puxa qualquer pessoa em sua periferia em direção à ilha, como um formiga-leão das ondas, que garante que quem chegasse à ilha fosse forçado a gozar as férias finais de sua vida.

Exalei profundamente e sentei-me à sombra de uma palmeira para poder olhar desolado a água. Três dias já se passaram desde que cheguei aqui. Foram as piores férias que eu já tive.

A brisa do mar acariciava minhas bochechas, mas o cheiro picante da salmoura no meu nariz era a realidade desagradável que a acompanhava. Isso e a visão de um visitante anterior da ilha: um esqueleto descansando nas proximidades.

A julgar pelas roupas, o esqueleto já fora pirata. Uma pistola enferrujada estava apertada na mão ossuda e anéis extravagantes brilhavam nos dedos. Era tudo muito desanimador de se ver. Nenhuma arma ou joia estava indo com você para a vida após a morte.

A única coisa que você deixa para trás neste mundo são ossos…

“Tivemos tempos difíceis, não é?” Eu murmurei. Eu senti que precisava, ou então esqueceria como usar minha própria voz. Se eu fosse acabar como ele em um futuro próximo, eu poderia pelo menos oferecer um pouco de consolo…

“Eu devo ser um idiota…”

Inclinei-me contra a árvore e fechei os olhos. Minha garganta estava seca, então umedeci-a com um pouco de saliva. Sem perceber, eu assumi que não iria sobreviver. Isso era um mal sinal.

“Vamos, vamos pelo menos cavar uma cova. Vou te dar uma mão.”

“Uma cova…  Sim, que boa ideia… Vamos fazer isso…”

Não era justo para o esqueleto deixá-lo para os elementos. Melhor cavar uma cova, dar a ele um local de descanso adequado. Quem quer que tenha tido essa ideia, foi boa.

Eu engoli novamente. Essa minha garganta estava terrivelmente seca.

Eu precisava procurar água. Eu não tinha tomado uma bebida decente em dias inteiros. Se ao menos houvesse coco nesta palmeira. Será que havia macacos na selva atrás de mim? Ou foi apenas a sensação errada? Infelizmente, não havia uma única fruta a ser vista.

Os cantos das aves marinhas eram tão estridentes como sempre, afiei meus ouvidos na repetição das ondas, tanta água no mar e nenhuma gota para beber…

“Quem disse isso?!”

Meus olhos se abriram e eu corri na vertical. Eu estava sozinho nessa ilha perfeitamente vazia, mas eu poderia jurar que acabei de trocar palavras com outra pessoa.

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