Formação dos Piratas Spade

Capítulo 3 - Página 74

“Não morra por aí, Ace. Obrigada.”
Ele e Isuka estavam se afastando cada vez mais. O navio não estava parando. Não poderia parar.

“Eu deveria ter agarrado a mão dela?” ele murmurou para si mesmo, abaixando sua cabeça. “Mas eu não poderia… não posso segurar sua mão. Não enquanto sou um pirata, que pode a qualquer momento se transformar em fogo…”

Ele puxou o chapéu para baixo, cobrindo os olhos.

“Ace… parceiro…”

Não consegui encontrar outras palavras para dizer. Houve momentos, de vez em quando, em que Ace parecia acreditar que não podia ser amado. E quando esse sentimento o atingiu, uma sombra escura passou pelo seu rosto.

Mas eu tinha certeza de que Isuka não se sentia assim sobre ele.

E não era apenas Isuka.

Ace simplesmente não conseguia encarar isso. 

 

Ele era como o sol.

Todo mundo olhou para o Ace. Até nossos inimigos tinham respeito relutante por ele. Ace estava no centro de todos e de tudo. Mas porque o sol era muito brilhante, estava sempre sozinho. Ninguém poderia chegar muito perto dele. Se você ficasse perto demais, provavelmente se queimaria.

Ace foi quem criou este lugar para nós. Mas você poderia reivindicar o contrário? Nós éramos parte de um lugar que Ace chama de lar? No Novo Mundo adiante, encontraríamos um lugar para o Ace ser ele mesmo e ficar em paz? 

A resposta ainda não está clara. Tudo o que podíamos fazer era seguir em frente. 

A frota da Marinha já estava ficando à vista.

Bolas de canhão rugiram sobre nós quando atingiram o mar. Colunas de água estouraram para cima, caiam e reapareciam. Água caia no convés como se fosse chuva.
Houve mais estrondos – mas isso não era de uma bala de canhão.

O punho flamejante de Ace abriu caminho para nós.

“Vamos lá, galera!” ele gritou, alto o suficiente para que todos no convés pudessem ouvir. As despedidas não importavam agora. Ace era o Capitão do navio, ele precisava continuar lutando. 

Nos distanciando dos nossos perseguidores da Marinha, o navio mergulhou de cabeça para o fundo do mar, onde a Ilha dos Tritões nos esperava. Depois que a luz do sol da superfície não penetrou mais na água, ficamos em um estado de escuridão.

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