Formação dos Piratas Spade

Capítulo 3 - Página 65

De fato, não havia apenas nenhuma loja, não havia pessoa alguma por aqui também. O fato de estarmos caminhando pelas ruas chamou tanta atenção quanto se estivéssemos com uma melancia no pescoço. Eu conseguia ver crianças espiando de dentro das construções abandonadas. Elas pareciam ouriços das ruas.

Ace acenou prontamente. Elas se aproximaram com desconfiança, até que ele começou a entregar as caixas de Grasen que estava carregando. Então seus rostos se abriram com sorrisos e elas correram para longe, segurando suas caixas como se fossem objetos preciosos. Aquele beco sombrio e depressivo pareceu um pouquinho mais agradável que no momento anterior.

Ele deu cada uma das suas caixas de Grasen. Eu perguntei, “Você realmente queria fazer isso, Ace?”

“Sim, eu acabei de perceber que estou completamente cheio,” ele disse, enquanto olhava as crianças se afastando. Isso também abriu um sorriso no meu rosto.

 

No momento em que procurávamos um caminho para o navio, vi uma figura emergindo de um canto, e não pude deixar de lamentar, “Ah, agora não…”

Lá estava Isuka, capa branca brilhando e se revolvendo com o vento, parecendo completamente fora de lugar naquela favela. Dessa vez ela utilizava seu uniforme da Marinha – o que significava que estava a serviço. Sua aparição me pegou desprevenido: esperava que, se ela fosse fazer alguma coisa, seria nos atacar no momento em que estivéssemos de partida.

“Ah, então tem dois de vocês dessa vez,”, Ace comentou com interesse. Parado atrás de Isuka não estava seu grupo de subordinados, mas um homem com um uniforme de oficial. Como ela, ele também vestia uma capa com a palavra Justiça nas costas.

“Espere,” disse Isuka, vendo a nossa tensão. “Estou aqui apenas para conversar dessa vez.”

Ela e o homem cruzaram a esquina e pararam na rua para nos ver de frente. Não sacaram armas ou fizeram nenhum movimento agressivo.

“Comemore, Punhos de Fogo! Tenho boas notícias!” disse ela, com olhos radiantes. Ela se virou para o homem ao seu lado. “Esse é o Vice-Almirante Dorrow. Ele é o homem que me salvou quando criança.”

“Não vamos nos prolongar, Segunda-Tenente Isuka,” disse Dorrow, dando um passo à frente. Ele era cerca de uma cabeça mais alto que Ace e bem encorpado. Era uma visão intimidadora de perto. Estávamos na presença de um homem muito grande.

“Isso é para você, Ace dos Punhos de Fogo,” disse Dorrow, tirando uma carta de seu casaco e abrindo-a para Ace.

Página AnteriorPróxima PáginaVoltar ao índice