Formação dos Piratas Spade

Capítulo 3 - Página 64

De certa forma, foi bom que o Ace não retornou ao navio. Não fazia sentido guiar seus perseguidores até onde seu navio – imóvel até que o revestimento estivesse pronto – estava.

Mas Ace não pensava em nada disso. Ele apenas andava por aí, entrando em qualquer estabelecimento que parecesse interessante…

No terceiro dia, o revestimento estava quase pronto. Eu não tinha visto Isuka desde o nosso primeiro dia. Talvez sua folga tenha acabado e ela tenha voltado para a sua base. Não – ela iria aparecer novamente, dessa vez com seus subordinados. O pensamento de voltar a encarar aquilo foi tenebroso.

Hoje, Ace vagava por aí e comia novamente. Ele realmente tinha gostado daqueles Biscoitos de Arroz Grasen, recomendados pela Isuka, que comprou tantos que acabou com um fardo disso embaixo de cada braço.

Os biscoitos se quebravam e se desintegravam e desapareciam num ritmo alarmante. Eles estavam embalados em caixas bonitas, com a intenção de serem presenteados como souvenires, mas Ace rasgava as caixas e os comia de qualquer jeito.

“Você ainda vai comer mais quantas caixas?” eu perguntei, horrorizado.

“Eu deveria ter comprado mais,” ele me disse. “Não vou ficar cheio somente com essas.”

Eu teria pensando que ele estaria doente por agora, mas, em vez disso, estava decepcionado que não tinha pegado o suficiente. Nós estávamos lidando com os caçadores de recompensas enquanto comprávamos as caixas de Grasen, então o processo foi bastante corrido. Ace parecia querer mais do que tínhamos comprados naquela hora.

Os caçadores provavelmente ficaram chocados ao ver um alvo tão valioso vagando pelas atrações turísticas, comprando souvenires. Em alguns casos, contudo, a fama simplesmente não valia a encrenca.

Depois disso, diversos grupos de elementos desagradáveis avançaram sobre o Ace. Ele não teve trabalho em derrotar cada um deles. Mas, no processo de se defender e se afastar do tumulto, acabamos nos movendo do centro apinhado de pessoas para dentro da periferia.

Era muito mais quieto e sombrio do que onde os turistas estavam. Lixo preenchia o local, e boa parte das construções parecia abandonada.

“Estou ficando com fome… Fico pensando se eles vendem algum Grasen por aqui,” Ace disse, olhando ao redor, apesar de ainda segurar diversas caixas embaixo de seus braços. Essa era, claramente, uma área mais perigosa, onde não se esperava que nenhum turista desse as caras. Ninguém abriria uma loja de biscoitos de arroz por aqui.

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