Entrevista com Produtores do Filme Gold

Por COMENTÁRIOS

O Filme Gold, que estará disponível em DVD no dia 28 de Dezembro no Japão e provavelmente na Opex na 1º semana de Janeiro, teve uma nova entrevista.

Na Feira de Mangá de Barcelona deste ano, três membros da produção do Filme Gold – Hiroaki Miyamoto (diretor), Masayuki Sato (designer de personagens e diretor de animação) e Hiroyuki Sakurada (produtor) deram uma entrevista para o site AnimeNews Network sobre o trabalho deles no filme mais recente do One Piece, em uma conversa agradável não só sobre como é trabalhar na franquia, como também na indústria de animes como um todo.

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Então, como você se tornou diretor de um filme do One Piece?
Hiroaki Miyamoto: Eu trabalhei seis anos na série de TV, então o estúdio já me conhecia. Os filmes do One Piece normalmente são dirigidos por pessoas que já tiveram envolvimento no anime.
No que se refere à continuidade da história, para quem esse filme foi feito?

Miyamoto: A história do filme não faz parte da continuidade do mangá ou do anime. O Filme Gold é algo totalmente novo que fizemos para entreter.

Hiroyuki Sakurada: O público-alvo do filme inclui tanto fãs de longa data do One Piece quanto pessoas que nunca ouviram falar da série.

Como é trabalhar como produtor na Toei Animation?
Sakurada: É meio estranho. (rindo) Vou para o escritório de manhã, leio mangá, almoço lendo mangá, tenho reuniões à tarde sobre os storyboards, e assisto anime à noite.

O que vocês podem nos contar sobre como é produzir para uma franquia como One Piece, comparado a obras de menor influência?
Sakurada: Bem, tentamos obter o máximo possível de informação do Oda, pois a opinião dele é muito importante durante o processo criativo. Nós temos que pensar da forma como ele pensa, e usar essa perspectiva em todas as produções do One Piece. Ele, por exemplo, esteve envolvido desde o começo na produção do Filme Gold: no roteiro, no design de personagens, e até na música e nas vozes usadas. Esse tipo de envolvimento do criador é a principal diferença em comparação a outras séries.

Franquias como One Piece e Dragon Ball são infinitas, ou possuem um prazo de validade?
Sakurada: Se o público aceitar o que criamos, não há nenhum prazo de validade. Mas isso não é algo que podemos decidir.

Mesmo se não houver mais nenhum material para adaptar?
Sakurada: Bem, sim, nós criamos o conteúdo, mas é o público que decide do que gosta ou não. E vamos fazer o melhor possível para criar um bom conteúdo!

Você sente muita responsabilidade ao trabalhar em uma franquia como One Piece?
Miyamoto: Como diretor, sinto muita pressão. Mas isso é algo que eu sempre quis. Desde jovem eu leio o mangá e assisto o anime do One Piece, então eu sonhava em fazer parte da produção da série. Eu conquistei esse sonho, então me sinto muito realizado.

E você, Sato? Você também acompanha o One Piece desde o começo?
Masayuki Sato: Tenho que admitir que eu não tinha muito interesse no One Piece no início da publicação da série. Mas quando comecei a trabalhar na franquia, eu passei a ler o mangá, e adorei! Então fico muito feliz em fazer parte disto hoje.

É a terceira vez que você trabalha em um filme do One Piece. O que foi diferente na produção do Filme Gold, comparado ao Strong World e o Filme Z?
Sato: Como diretor de animação, a maior diferença foi o uso de uma técnica de animação mista. Como designer de personagens, não acho que houve nenhuma grande diferença, fora o fato de estar fazendo um trabalho melhor. Eu faço adaptações dos desenhos do Oda, e isso é algo que não muda de verdade, mas me torno mais experiente com o passar do tempo.

Comparando seu envolvimento no filme com seu trabalho recente em Pretty Cure All Stars: Haru no Carnival, em que você criou os designs de personagens originais, de que forma o seu processo criativo muda nos filmes do One Piece, em que você tem que adaptar o trabalho de outra pessoa?
Sato: A principal diferença é que, enquanto designs de minha própria criação possuem um componente de liberdade criativa, eles também são mais difíceis de criar. Por outro lado, quando se trabalha com algo já criado como no caso do One Piece, a parte difícil é adaptar o máximo possível do seu estilo à referência, que neste caso vem do Oda. Mas em geral, é menos difícil copiar do que criar designs.

One Piece Film Gold

Qual é o seu grau de liberdade ao selecionar novos projetos?
Sato: Eu tenho a liberdade de escolher com qual projeto trabalhar, mas não para criar designs do zero.

O ponto de partida do Filme Gold é baseado na cidade de Las Vegas. Quando foi decidido que a ação ocorreria lá?
Sakurada: Quando a temática do filme foi decidida, me encontrei com o Oda e o diretor para conversar sobre o local da história. Escolhemos o cassino como o principal eixo do filme porque dinheiro não compra liberdade, e esse é o tema fundamental — os protagonistas enfrentam um personagem chamado Tesoro, que simboliza dinheiro e poder.

O Tesoro e a Carina são personagens originais deste filme. Vocês ficaram satisfeitos com a forma como eles se desenvolveram?
Miyamoto: Do meu ponto de vista, o Tesoro é um personagem bem franco, e também sensível, que lutou para ter a liberdade que tem. O Luffy e o Tesoro são opostos, mas possuem uma natureza similar. Enquanto isso, a Carina é uma amiga de longa data da Nami. Elas já foram rivais, então no momento de imaginá-la, a intenção foi criar uma personalidade ainda mais sexy que a Nami, seguindo o estilo como o Oda desenha mulheres.

Sakurada: O interessante sobre a Carina é que ela é um mistério. Mesmo se opondo ao Tesoro, não fica claro de qual lado ela está.

Qual é o tamanho da carga de trabalho por trás de um filme como este?
Miyamoto: A animação de um episódio de TV costuma usar 300 cortes e cerca de 4.000 animações-chave, enquanto para o Filme Gold usamos 2.000 cortes e 76.000 animações-chave.

Você planeja voltar para a série de TV?
Miyamoto: No momento estou trabalhando em outros projetos, mas se me pedissem para voltar para o anime do One Piece, eu aceitaria.

Vocês podem fazer comentários sobre o atual estado da indústria de animes?
Sakurada: Animes estão se tornando cada vez mais internacionais. Algumas produções tiveram tanto sucesso por meio disso que há pessoas na indústria fazendo o possível para que essa possa permanecer uma tendência permanente.

Sato: No campo da animação, não sei dizer o que irá acontecer com a tecnologia, já que não sei se a tecnologia irá seguir um ritmo mais rápido que as pessoas. Então não sei dizer se a computação gráfica e animações feitas em tablets irão deixar a animação tradicional para trás.

Miyamoto: De fato, no Filme Gold, usamos gráficos em 3D misturados com animações criadas da forma tradicional. Tentamos ir um passo à frente.

Fonte: AnimeNews Network

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